domingo, 29 de agosto de 2010

00:33

Tenho a sensação de estar só, novamente.
Meus dias tem se tornado cada vez mais embreagados, e as gotas de alcóol perfuram o meu sangue a cada gole são como um anestésico para a minha dor diária. Eu choro, por motivo nenhum, e dou risada das coisas mais trágicas possíveis, para ver se consigo ter um dia melhor.
Quando me vejo no espelho encontro um beco sem saída, um vazio, um caos, algo que não pode ser julgado, amado, consertado ou organizado, algo totalmente intolerante e desprezível, eu sou desprezível.
Hoje, em particular, me sinto pior do que nos últimos dias, porém, a noite anterior foi uma das mais emocionantes, uma das únicas que eu estive parcialmente sóbria e consegui ter uma conversa digna com algumas pessoas, porém, continuo me sentindo um vazio, um nada.
Queria que a Borboleta estive aqui, queria mesmo, queria poder ter te dado o último abraço antes do fim, mas, eu sei que não posso modificar o passado, porém, essa saudade me mata a cada ano, e eu sinto esse gosto amargo na boca, e a cabeça gira.
Afasto tudo e todos que estão ao meu redor, e eu ainda não sei onde está a raíz desse problema insuportável, nunca me senti tão sozinha. Eu poderia me apaixonar, mas, eu sei que não seria correspondida, nunca fui, e nunca serei, meus casos, amores, beijos foram todo passageiros, e eu ainda estou tentando me libertar do último, da forma mais brutal que conheço, porém, sem castigos físicos, apenas a promíscuidade e os entorpecentes que me matam, e sempre há uma barreira impedindo que eu veja a parte boa de mim, a voz, que nunca consegue gritar dizendo para que eu fique sã, e que pare de me machucar, mas, eu nunca consigo ouví-la, meus demônios sussuram, gritam todos ao mesmo tempo, e me apedrejam, me sufocando aos poucos.
Alguém conseguiria me libertar de mim mesma?