domingo, 7 de dezembro de 2014

Sem fundamento.

   E aos vinteetresanos descobri o que era, de fato, a vida. Não só no quesito: pago contas, a faculdade, a minha vida, e sou financeiramente independente da minha família", não, não somente nesse quesito. Descobri o que era estar realmente sozinha, e respirar bem fundo para as lágrimas não escorrerem nas horas erradas, aliás, descobri que, quando a gente vai crescendo, as lágrimas de sentimentos se parecem com a Cantareira, a gente sente, mas enfia essa merda de máscara (desde quando nascemos) no rosto, e vai construindo aos poucos a nossa real imagem social, a gente brinca com o "está tudo bem", e é divertido, é uma brincadeira de criança, e realmente é acreditável que "ESTÁ TUDO BEM!" e na verdade não está.
   Os cigarros tem aumentado, sabe? Não apenas os cigarros, mas as cervejas diárias, e as horas dormidas? Bem, elas não existem, no máximo uma hora por noite é realmente aproveitada.
   Fui brincando desse negócio de "ser adulta", abdiquei dos meus sonhos, das minhas vontades, de quem eu sou. Enfiei os dois pés na areia, que me engole, mas a maré passa e eu não caio mais, me mantenho firme, como uma estátua, um quadro, ou talvez, uma Arte. Com histórias no olhar, mas nunca contadas, muitas coisas não são interessantes para ser contadas, nos acostumamos com uma "sociedade do espetáculo", e tudo o que vale a pena ser "ouvido" tem que ser extremamente espetacular, ser apenas nós não compensa, a sinceridade não compensa. E, afinal meu caro, o que realmente compensa?