segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sem reticências.

Acabe com os problemas (disse ele), seja feliz!
Então ela acabou-se.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Sem fundamento.

   E aos vinteetresanos descobri o que era, de fato, a vida. Não só no quesito: pago contas, a faculdade, a minha vida, e sou financeiramente independente da minha família", não, não somente nesse quesito. Descobri o que era estar realmente sozinha, e respirar bem fundo para as lágrimas não escorrerem nas horas erradas, aliás, descobri que, quando a gente vai crescendo, as lágrimas de sentimentos se parecem com a Cantareira, a gente sente, mas enfia essa merda de máscara (desde quando nascemos) no rosto, e vai construindo aos poucos a nossa real imagem social, a gente brinca com o "está tudo bem", e é divertido, é uma brincadeira de criança, e realmente é acreditável que "ESTÁ TUDO BEM!" e na verdade não está.
   Os cigarros tem aumentado, sabe? Não apenas os cigarros, mas as cervejas diárias, e as horas dormidas? Bem, elas não existem, no máximo uma hora por noite é realmente aproveitada.
   Fui brincando desse negócio de "ser adulta", abdiquei dos meus sonhos, das minhas vontades, de quem eu sou. Enfiei os dois pés na areia, que me engole, mas a maré passa e eu não caio mais, me mantenho firme, como uma estátua, um quadro, ou talvez, uma Arte. Com histórias no olhar, mas nunca contadas, muitas coisas não são interessantes para ser contadas, nos acostumamos com uma "sociedade do espetáculo", e tudo o que vale a pena ser "ouvido" tem que ser extremamente espetacular, ser apenas nós não compensa, a sinceridade não compensa. E, afinal meu caro, o que realmente compensa?

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Disritmia.

E aqui estou, novamente, gritando em um esquema virtual, desesperada para que alguém o leia. Às vezes tudo me parece tão inquieto, tão instável. São tantas dúvidas, tantos tapas, tanto sufoco. Tem horas que quero largar tudo e correr, apenas correr, e sentir que aqui dentro ainda tem um peito que arde, em outros momentos só que um sorriso, um abraço digam: "vem cá, deixa eu te fazer entender esse tormento todo". E eu me deparo com um reflexo estranho, com um olhar desconhecido em um espelho qualquer que grita:" vinte e dois anos e ainda não aprendeu a desviar a rota? Ainda não consegue montar o quebra-cabeças, não consegue acalmar as sinapses?". São questões, quase sem resposta ou sem sentido algum. Quero deitar, e não consigo calar os pensamentos, tento musicar a respiração desesperada, mas o corpo geme, e a alma grita querendo sair pela boca, querendo explodir. A alma que sonha com tantos lugares novos, que percorre procurando um sorriso amigo em meio de tantos, e tantos olhares. Saudade é o que descreve parte de mim, ainda não sei de que/quem sinto falta, mas me corrói. E são nove horas por cinco dias semanais que me consomem, cada dia me sinto num buraco escuro me desconhecendo, e rindo dos meus próprios tropeços atrapalhados, rindo dessa forma exagerada para conseguir fugir de quem sou, do que sinto. Desenterro pequenas imagens da minha cabeça anacrônica para refazê-las de uma forma um pouco mais agradável, um efeito um tanto anestésico, e fecho os olhos em um ritual sinestésico. Me procuro nos livros, nas notícias, filmes e músicas diárias, e a cada letra, acorde ou voz eu me acho, me perco, me sinto. E penso em dias assim, quando acendo um cigarro repetido do outro (com a mesma frequência em que meus pensamentos são processados), que eu respiro e sinto meu peito/costelas/cabeça latejando com o oxigênio intragável e levanto, e fico em pé de uma forma que não compreendo, e sigo, sabe-se lá pra qual horizonte.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Inacabado.

Antes o sorriso iluminava o quarto escuro, e as angústias do meu ser (tão caótico e previsível), antes era o corpo a corpo com o toque de "não vá para longe pois não durmo só". Antes, bem antes do tédio, da rotina e da TV ligada na sala com o leve som do ventilador. Antes a TV era apenas para dar uma luz diferente da amarela ou branca que vemos em lugares comuns, antes a TV não era o refúgio, antes. Antes éramos "nós" aqui até a segunda de manhã, ou até o Sol nascer, antes. Uma semana para pensarmos o que faremos, mas agora já há tantos planos, tantos planos que eu te forcei a pensar, a sentir. Planos, aqueles seus que me deixam do lado de fora, no quintal, na rua. Aquele castelo que eu sozinha tentei erguer. Ás vezes tudo é contraditório, é como se não houvesse mais eu em mim, como se não existisse mais o meu olhar sobre as coisas, como se o tempo comesse os meus pensamentos e as minhas palavras, e não consigo formular um pensamento concreto. Talvez o cansaço de nove horas por cinco dias me fizeram ser assim, talvez o seu cansaço o fez pensar assim. Talvez nós tenhamos nos petrificados e tornamos isso tudo uma "lei". Talvez. Porque não conseguimos refletir ou fugir, porque o tempo quer correr contra nós. Sinto falta, não por necessidade, mas por me sentir vulnerável, por me sentir inquieta quando estou assim, sem você. Sem o chão. Sem as palavras ou as risadas fúteis. Sem a sua atenção.

domingo, 15 de setembro de 2013

Setembro de 2013

É meu caro, eu sei, ando bebendo e fumando demais, e essa acidez estomacal cresce cada dia mais. Não sinto vontade de dormir, e, quando consigo, não tenho coragem de acordar, não quero mais fazer o que me satisfaz, não tenho mais força de correr atrás de muitas coisas, que, antes, eu sairia de casa, tomaria um banho e iria atrás. Não sei, não consigo me olhar no espelho e ver o que dizem, não sei, meu querido, acredito que, mesmo com os meus poucos vinte e dois anos nas costas, com essa minha vida de pequena burguesa, eu tenha me perdido, me desencontrado, em um caminho sem fim, em um buraco negro. Minhas olheiras de lágrimas de todos os dias, o travesseiro e encharca todas as noites, o grito de socorro de todos os dias, esse sorriso amarelo, esse brilho falso no olhar, essa rotina que me prende, essa saudade de tudo e de todos que não vejo há tempos, de todos os abraços, sorrisos e beijos que já me cativaram, saudades do "grande amor", saudade das músicas cantadas a base de alguns acordes. Saudades de um sorriso pelas manhãs ensolaradas, saudades de tomar uma cerveja só para me divertir, é, meu caro, essa minha cara de acabadaloucadescabeladadepressivaproblematica tem uma razão, é o cansaço de todos os dias, é a vontade de viver se misturando com o desejo de dormir pela eternidade, é a falta de vergonha na cara de enfrentar de frete as coisas, de tirar essa máscara de impregnar a alma.

terça-feira, 5 de março de 2013

Noite.

Seu quarto e a minha bagunça, e você reclama do meu lado meio índio de viver com o pé cascudo. Meu quarto e a sua organização, deixando tudo milimetricamente no lugar de sempre. A minha falta de silêncio, e o seu silêncio demasiado . Dois olhares que se encontram, quando as cabeças estão no travesseiro, o cigarro queima, o copo de cerveja esvazia, as pernas sempre confundidas. O seu desprezo pelo calor, a minha raiva pelo inverno. A sua mão leve no meu cabelo, e o gosto da sua salíva com a minha, as línguas dançam, o dedos trançam. O colchão no chão, as conversas que duram quase uma madrugada inteira, com os filmes que quase não assistimos por inteiro. A sua barba que me faz cócegas, e o cheiro. As risadas infantis, as brincadeiras maliciosas. Esse sentimento que cresce, esfria, esquenta, aperta... eu, você, a gente e dois corpos adormecidos em, quem sabe, um só sonho...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Você.

Dois corpos nus na cama, suor, pouco de embriaguez, ás línguas que se confundem com os atos. Um pequeno sacrifício, precisamos acordar amanhã cedo para trabalhar. Você vai para a sua casa, e eu permaneço na minha. Um sonho, uma vontade de que você fique. A TV ligada, o cheiro nos lençóis. a música que a chuva faz quando toca a janela de alumínio. Os sonos abraçados quando esfria, as preocupações. O último cigarro antes que a semana recomece para a gente esperar pelo final semana. Aquele brilho no olhar, que só esse estado de embriaguez proporciona. esse amor que não sabe por onde escorre, onde se esconde, que transcende e tende a aumentar. Os lábios sorridentes, as promessas, as ilusões de dois seres que se amam.