terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Inacabado.

Antes o sorriso iluminava o quarto escuro, e as angústias do meu ser (tão caótico e previsível), antes era o corpo a corpo com o toque de "não vá para longe pois não durmo só". Antes, bem antes do tédio, da rotina e da TV ligada na sala com o leve som do ventilador. Antes a TV era apenas para dar uma luz diferente da amarela ou branca que vemos em lugares comuns, antes a TV não era o refúgio, antes. Antes éramos "nós" aqui até a segunda de manhã, ou até o Sol nascer, antes. Uma semana para pensarmos o que faremos, mas agora já há tantos planos, tantos planos que eu te forcei a pensar, a sentir. Planos, aqueles seus que me deixam do lado de fora, no quintal, na rua. Aquele castelo que eu sozinha tentei erguer. Ás vezes tudo é contraditório, é como se não houvesse mais eu em mim, como se não existisse mais o meu olhar sobre as coisas, como se o tempo comesse os meus pensamentos e as minhas palavras, e não consigo formular um pensamento concreto. Talvez o cansaço de nove horas por cinco dias me fizeram ser assim, talvez o seu cansaço o fez pensar assim. Talvez nós tenhamos nos petrificados e tornamos isso tudo uma "lei". Talvez. Porque não conseguimos refletir ou fugir, porque o tempo quer correr contra nós. Sinto falta, não por necessidade, mas por me sentir vulnerável, por me sentir inquieta quando estou assim, sem você. Sem o chão. Sem as palavras ou as risadas fúteis. Sem a sua atenção.

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