terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Disritmia.

E aqui estou, novamente, gritando em um esquema virtual, desesperada para que alguém o leia. Às vezes tudo me parece tão inquieto, tão instável. São tantas dúvidas, tantos tapas, tanto sufoco. Tem horas que quero largar tudo e correr, apenas correr, e sentir que aqui dentro ainda tem um peito que arde, em outros momentos só que um sorriso, um abraço digam: "vem cá, deixa eu te fazer entender esse tormento todo". E eu me deparo com um reflexo estranho, com um olhar desconhecido em um espelho qualquer que grita:" vinte e dois anos e ainda não aprendeu a desviar a rota? Ainda não consegue montar o quebra-cabeças, não consegue acalmar as sinapses?". São questões, quase sem resposta ou sem sentido algum. Quero deitar, e não consigo calar os pensamentos, tento musicar a respiração desesperada, mas o corpo geme, e a alma grita querendo sair pela boca, querendo explodir. A alma que sonha com tantos lugares novos, que percorre procurando um sorriso amigo em meio de tantos, e tantos olhares. Saudade é o que descreve parte de mim, ainda não sei de que/quem sinto falta, mas me corrói. E são nove horas por cinco dias semanais que me consomem, cada dia me sinto num buraco escuro me desconhecendo, e rindo dos meus próprios tropeços atrapalhados, rindo dessa forma exagerada para conseguir fugir de quem sou, do que sinto. Desenterro pequenas imagens da minha cabeça anacrônica para refazê-las de uma forma um pouco mais agradável, um efeito um tanto anestésico, e fecho os olhos em um ritual sinestésico. Me procuro nos livros, nas notícias, filmes e músicas diárias, e a cada letra, acorde ou voz eu me acho, me perco, me sinto. E penso em dias assim, quando acendo um cigarro repetido do outro (com a mesma frequência em que meus pensamentos são processados), que eu respiro e sinto meu peito/costelas/cabeça latejando com o oxigênio intragável e levanto, e fico em pé de uma forma que não compreendo, e sigo, sabe-se lá pra qual horizonte.