quinta-feira, 20 de março de 2008

"Canibais de nós mesmos"

Na estrada em que sigo não há ninguém sentado do meu lado nesse carro. Não há flores, nem o calor do Sol para me aquecer;
O poder de Deus? O que seria o poder de Deus? Não há Deus nessa estrada, somente cadáveres de pessoas fracassadas, assim como eu, assim como todos vocês que um dia pensaram que poderiam crescer como humanos algum dia.
Somos todos animais, condenados a ficar aqui, nos devorando como canibais, e mergulhando cada vez mais nessa banheira de vinho tinto.

Costumávamos ver o arco-íris depois das tempestades, porém, a única coisa que nos resta agora é o vento gélido que congela cada célula existente no nosso organismo.
Após cada cigarro nosso de todos os dias, e a dose de pinga na esquina, achávamos um pouco de satisfação, e pensávamos que ainda poderíamos mudar o mundo porque achávamos que éramos grandes e fortes. Porém, esse sentimento só nos vem a cabeça no momento do nosso orgasmo sujo, que nos dão somente cinco minutos de prazer.

Nossa Arte era bela, e saía com naturalidade, e com sentimento, essa mesma Arte que agora só sai de nossos pensamentos quando estamos entorpecidos ou profundamente nostálgicos, minhas palavras costumavam sair fáceis, e dispostas, porém, elas não passam nem do primeiro parágrafo.

O tempo nos muda a cada fase, mas são apenas estações passando, e as lembranças que acabam ficando no interior das nossas mentes, essas lembranças que se afogam em nossas lágrimas que ficam entaladas no peito. O tempo nos envelhece, e nos torna sem esperanças, o tempo nos machuca e nos sufoca.
Apenas somos humanos, sufocados, estralhaçados e devorados pelo seguinte.



(Fêrnix – 13/12/07)

4 comentários:

Anônimo disse...

No seu jeito de escrever da para perceber algumas partes perdidas,o sentimento de solidão e algo que você considera "tornar um humano mais evoluído" é uma idéia meio que Utópica...pois para se atingir a iluminação e não agirmos mais como animais...demora...e demora muito mesmo..
Gostei da escrita

te amooo Fê !
beijokas

Anônimo disse...

Lindo...
creio que não poderia dizer mais nada sobre oq acabo de ler...

de fato, o tempo muda as coisas...
o tempo cega, ensurdece, cala...
o tempo traz a saudade e assassina o amor...
mas o tempo tmb nos faz crescer...mesmo em meio às imperfeições... e eh o tempo que separa os inocentes dos criminosos...crimes cometidos pelo viver...

num sabia q tinhas este blog, fe...
mas fiquei mto honrada por me convidar à ler e comentar em seu blog...

parabéns!

;****

Marina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

é duma música o título?